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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Misseis e muita comida boa




No meio de tanto entulho e da bagunca da construção, há uma televisão largada, que eventualmente é movida de lugar para não atrapalhar. Não é ligada já há algumas semanas, desde o fim da copa mundial de futebol - razão pela qual foi trazida. 

Sou o cozinheiro de improvisação de um grupo que trabalha com bio-construção. Dormimos em barracas ao lado da obra. A cozinha é improvisada dentro e, como a tv,  muda de lugar quando necessário.


A cozinha de improvisação
Hoje estamos somente Nitzan, Kfir e eu. À noite, quando entro na cozinha, estão os dois assistindo o noticiário. Nitzan me diz: O Egito enviou misseis à Israel. E dá risada. Eu entendo como uma piada (que não entendi) e faço cara de interrogação. Ele confirma: É verdade, beduínos mandaram 2 misseis do Sinai, no norte do Egito, para a região de Eilat, sul de Israel. Por sorte de um e azar do outro, erraram o alvo. 

Isso tudo é muito surreal para mim. Acostumado a ouvir essas coisas pela mídia, mas normalmente estando a milhares de quilômetros de distância, agora estou aqui, no país onde aconteceu. Assim como no Brasil é comum ouvir sobre um assalto, um assassinato ou afins, aqui uma notícia dessas também já é algo que não parece nada muito fora do cotidiano.

Em diferentes partes do país por onde passei é comum ouvir tiros e explosões do exército em treinamento. Fiquei mais impressionado quando vi os tanques de guerra praticando no deserto, à beira da estrada. Me senti no meio de uma guerra, ou de um filme.

Em qualquer parte - cidades, ónibus, ruas, praças, carros, é muito comum ver jovens, geralmente com cara de adolescentes ainda, carregando imensas armas de fogo. Em Israel todos, homens e mulheres, são obrigados a prestar 3 anos de serviço militar. E em seus dias de folga, devem carregar suas armas por onde forem.


Próxima Quarta feira será meu ultimo dia de trabalho como cozinheiro do grupo aqui no Moshav. Feliz de sair dessa bagunça de construção. Vou sentir saudades das mangas. 

Moshav é uma comunidade rural israelense que praticava principalmente a agricultura. A maioria das pessoas aqui já se desligou da terra e usa seu terreno para construir grandes casas ou mansões. É comum ter plantações de frutíferas abandonadas. Em frente à casa onde estamos trabalhando há uma plantação de mangas com diversas espécies e estamos bem na estação. Um de meus maiores prazeres aqui é passar tempo ali, colhendo e me lambuzando com essas delícias. Quando se come uma boa manga fica provado que Deus existe.

Passo alguns dias curtindo Tel Aviv: praia, bicicleta, Jaffa, festa, cinema, e estou praticamente decidido a seguir rumo ao Egito muito em breve. Vou ao consulado pedir o visto e o senhor que me atende diz que é melhor fazê-lo em Eilat pois lá demora apenas uma hora e aqui 3 dias. Então começo a sentir algo que me diz para não ir pro Egito agora. 

Tenho algumas conversas com diferentes amigos que fazem aflorar naturalmente uma questão que sempre volta nesta minha vida meio nomádica: o que fazer neste momento? 
Sinto vontade de concentrar minha energia em algo mais construtivo e focado. Algum projeto talvez. Só não tenho a clareza do que. Tenho tantos ramos com os quais me envolvo: alimentação, escrita, fotografia, palestras, teatro, clown e tantas outras que fica difícil escolher.

Na sexta feira participo mais uma vez da ceia cerimonial de Kabbalah Shabbat com família de minha amiga Noa. É um evento para dar as boas vindas ao Shabbat, que é o Sábado, o sétimo dia. Deus criou o mundo em seis dias, no sétimo descansou. Este é um dia sagrado para o povo judeu, no qual não se trabalha. É dia de descansar e simplesmente ser, estar. 

Por mais que não entenda ainda muitas das coisas da cerimônia, é um momento muito especial, família reunida ao redor da mesa com alimentos preparados com muito amor e dedicação. Uma festa em nome de Deus.

O pão e o vinho são partilhados em um ritual. As orações são recitadas e cantadas e o alimento é servido. Após o jantar, Noa e eu partimos de carro para uma festa que está rolando no norte do país, a aproximadamente 2 horas de carro. Israel de cruza de um extremo ao outro em aproximadamente 7 horas. 

A festa começou ao pôr do sol, num kibutz onde moram muitos amigos dela. Agora são mais de 21h. Será que ainda pegamos algo?

Chegando após a meia noite já não temos muita esperança mas, para nossa alegria, encontramos ótima musica e linda energia com a galera dançando. Muitos já foram dormir, mas a festa continua animada.

Sábado vamos, no final de um dia muito quente, para um riacho nas proximidades. Essa é uma face de Israel que não havia visto ainda. Rios neste país não há muitos, estão mais presentes por aqui, no norte, que também é mais verde e montanhoso. 

Por aqui há diversas vilas árabes ou drusas que são famosas pela rica comida árabe. Paramos para comer em uma delas. É interessante notar que os alimentos tradicionais tão apreciados pelos israelitas: falafel, hommus, babaganush, pitta, etc, são tradicionalmente árabes. Além dos alimentos, outra coisa muito presente em israel são muitas palavras árabes, principalmente pelos mais jovens.

Nos deliciamos com hommus com pinhole, saladas, azeitonas e charutinhos de folha de uva. Depois vamos a Kadita, visitar nosso amigo Dror.

charmoso banheiro seco construído na janela
Kadita é como uma vilinha rural onde passaram a viver muitas pessoas que buscam uma vida mais harmônica com a natureza. Dror mora numa área onde um grupo vive mais conectado, fazendo reuniões e eventos comunitários. A eletricidade aqui é solar. O banheiro é seco e completa-se o ciclo: plantar-comer-defecar-plantar-comer-defecar...

Passo uns dias com a casa toda só pra mim na maior parte do dia. Bom estar nessa solitude nesse meu momento de transição. Sábado dou oficina de alimentação viva em Tel Aviv. Talvez tenha que organizar mais de uma porque tem muita gente interessada. Bem, um passo de cada vez. 

Agora estou aqui.

sábado, 17 de julho de 2010

Encontros com Jesus na Caxemira

aqui estou na caxemira, srinagar. estado pelo qual paquistao e india brigam bastante. agora tudo em paz. apenas muitas barricadas do exercito por todo lado, mas nenhuma tensao. hoje cedo fomos (com oberom e samadhi) visitar suposta tumba de Jesus. fica aqui na cidade mesmo e o nome da pessoa no local eh Youza Asaph. alguns estudos profundos indicam forte relacao com Jesus e muitos acreditam que eh o proprio que apos ressucitar, veio passar seus ultimos dias aqui na caxemira.

in the History of Kashmir by Mullah Nadira of the year 1413, says four sayings in Persian were inscribed on the steps leading to the main entrance to the Throne of Solomon Temple opposite Lake Dal in Srinagar when it was restored during Gopadatta's reign. The last two read:
"At this time, Yuz Asaf announced his prophetic mission. In the year fifty and four." (107 AD), and
"He is Jesus, a prophet of the sons of Israel."
The TRUTH is now available to readers in the Western World, as it always has been to those of the East, of the circumstances of Jesus' last hours on this earth as a man.
"At the approach of death, he sent for his disciple Babaad. .....He made his last will and gave directions about carrying on his mission of peace. He gave directions about the reparation of the sepulchre for him, at the very place where he breathed his last. ....He then stretched his legs towards the west and kept his head towards the east and passed away."
Shaikh-us-Sadiq, KAMAL-UD-DIN, p358.
Ayesha Siddiq, wife of Muhammed said her husband claimed Jesus was over 120 years old at death.
http://www.healthark.com/kmedia/paradis6.htm


a verdade? quem sabe? se eu acredito? Sim. acredito nessa historia sem apegar-me a ela. Sab Kuch Milega (everything is possible)

ja haviamos lido na net que por causa do boato de ser Jesus, muitos turistas estavam vindo ver. entao fecharam o local. chegando la, na porta, um grupo de jovens nos diz que nao eh possivel entrar e melhor irmos embora porque ja tiveram problemas com turistas querendo ver o fulano, ou melhor, sua tumba. samadhi tira um foto e meninos dizem pra ele que eh proibido. inclusive tem uma enorme placa informando isto. sentimos que eh melhor irmos. vamos entao em busca do sufi cego, que cura muita gente e se diz que le as pessoas como livros. O outro Sufi iluminado que queriamos ver fica a mais de uma hora de viagem daqui e os menonos nao tem tempo. tem que pegar o onuibus rumo a delhi ainda hoje pela manha. uma viagem de rikshaw de prox 30 min. e chegamos na casa de Rahman Sahib, o sufi cego. Um homem boa pinta nos recebe muito bem e ja informa que esta fora da cidade e so volta domingo. nos convida a entrar e ver fotos do sufi. subimos escadas e entramos num quarto aconhcegante, com muitos tapetes, uns panos com desenhos da mecca e outro local sagrado de seu profeta e duas fotos do sufi. nos convida a tomar cha mas meninos tem pressa pra ir embora, sua viagem eh longa. rikshaw nos leva de volta ao ponto onde o encontramos - ao lado da "tumba de Jesus". Vamos tentar a sorte novamente. como quem nao quer nada, paramos numa padaria, compramos umas bolachinhas e entao numa vendinha ao lado da casa e compramos suquinhos. ficamos ali saboreando e pedimos algumas infos ao dono da venda. ele confirma que nao podemos entrar.

Ainda saboreando nossos suquinhos vamos ate a casa, que fica numa esquina. olhamos pelo outro lado (nao o da entrada). ha uma janelinhja aberta e olhando para dentro conseguimos ver a tumba. UAU. conseguimos ver!! Nos amontoamos na janelinha e samadhi tira foto escondida. chega um homem simples numa motinho. nos cumprimenta. nao fala muito, mas diz coisas com mimica, aponta para a casa. eh simpatico. chega um menino. fala ingles. diz que nao podemos entrar porque esta trancada. dizemos que nao esta e mostramos cadeado aberto. ele diz que entao sem problemas, podemos entrar, eh so deixar sapatos do lado de fora. sem hesitar muito decidimos entrar. pedimos para nos acompanhar. abrimos a porta e entramos. ha uma grade e desta vez com cadeado trancado. mas aqui podemos ver a tumba um pouco melhor. esta coberta com panos. menino adverte que nao podemos tirar fotos. apreciamos um pouco e decidimos melhor nao abusar e partir. ja sentimos gostinho da vitoria. saindo, um homem na janela da mesquita que fica ao lado diz que nao podemos entrar. ja saimos. entao na frente perguntamos mais uma vez se podemos tirar foto. menino fala com homem na janela e diz que sim, aqui fora podemos. tiramos fotos e enfim nos vamos.

e agora!?! nao lembramos nome do nosso hotel, nem area. sabemos que nao eh longe e esta a frente de um lago. perguntamos onde fica o lago, mesmo sabendo que lago eh grande e tem diferentes divisoes. dizem que ha muitos lagos em srinagar. aiaiai. pedimos pelo mais proximo. indicam a direcao e seguimos. apos uma caminhada chegamos a uma parte que reconhecemos. ufa. encontramos. os dois arrumam suas coisas e se vao. agora eu fico sozinho.

saio para passear e busacr hotel mais barato. vou ao tourist info , pego mapa e algumas infos. pego jipe compartido (hoje nao ha muitos onibus na cidade porque eh sexta e dizem que eh dia de protesto) que vai ao longo do lago, passando por inumeros houseboats tradicionais(hoje hospedagem para turistas) no lago que vai se expandindo e fica enorme. vou ate um parque/jardim famoso. nao sei o que vou encontrar la, mas dizem que eh bonito e turistico. no caminho menino que esta me ajudando com infos me diz que uma pessoa foi morta pela policia/exercito no protesto. ainda bem que eh longe daqui.

o jardim/parque esta cheio de tursitas indianos. agora eh ferias na india e muitos vem visitar a caxemira. jardins bem arrumadinhos com gramados e canteiros das mais variadas floras. arvores gigantes e alguns dutos de agua, foramndo cascadas em alguns pontos. parece um jardim bem anitgo, principalemnte pelas arvores. sento sob uma delas e medito e oro. peco guianca para meu proximo passo. nao sei o que fazer, talvez siga em breve para Leh...veremos.

voltando para a cidade, entro em alguns hoteis para ver se acho mais barato mas nao encontro. tem a opcao dos boathouses pertinho do nosso hotel. um me ofereceu beeeem barato, mas nao tenho vontade de ir la...desconfianca...afinal, a caminho de um deles para dar uma olhada melhor, um homem me aborda fazendo varias perguntas, como tantos ja fizeram desde que chegamos. a principio digo nao, nao nao. mas ele se aproxima e tem um jeito legal, gentil, amigavel - nao como outros que vem de uma forma meio agressiva, como que querendo ajudar, sendo super amigos, mas algo denso por tras e so querendo jeito de tirar dinheiro. enfim este homem me oferece houseboat na area onde ha tantos outros, os mais chiques. digo que busco algo beeeeeeeem barato. ele me oferece um pouco mais que o melhor preco que me deram no hotel onde ficamos noite passada. pechicho e consigo mesmo preco que hotel. diz que seu barco eh bom, confortavel, ambiente de familia, que ha neo zelandeses la com ele. enfim, me convence.

entro no hotel, pego minhas coisas e vou com ele no riskshaw. comeca a chover. chegando la pegamos canoa tradicional e cruzamos a agua ate seu barco. fica um pouco mais pra dentro que outros barcos, o que ja me da um pouco de desconfianca, mas sinto coisa boa. tenho um quarto grande, confortavel. me leva ate cozinha, que eh de sua casa. sao doisa barcos juntos e mais umas construcoes de madeira. na cozinha 4 mulheres de diferentes idades. alguns homens por ali tambem. sentamos e me servem cha da kashemira (tipo chai -sem leite) peco sem acucar. delicia. me servem chapati e bolachinhas. homem me diz que eh sua familia. pergunto se ficar mais dias me da mais desconto. diz que como eu quizer, ele nao esta muito preocupado com dinheiro, o que eu puder dar. nao confio muito nisso, mas sinto coisa boa dele, ainda mais que estou no seu ambiente familiar. me entrego.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Grande Jornada (pedido de apoio)

"Uma jornada de mil léguas começa com um simples passo"
Lao-tzu


ESCREVI ESTA PROPOSTA ENQUANTO VIAJAVA PELO NORTE DA INDIA NO INICIO DE 2010. AS COISAS TOMARAM OUTROS RUMOS, MAS FICA O REGISTRO.

Prezados,

Sou um viajante/mochileiro brasileiro, agora na india. Vim sem muitos planos ou expectativas e agora comecam a surgir ideias de roteiros e aventuras mais longas do que tinha a principio e a decisao vai depender do apoio que eu consiga (ou nao).

Escrevo de maneira um tanto informal porque assim sou em minha vida e em minhas viagens - e para ir direto ao ponto.

Vem surgindo algumas ideias de roteiros maiores, sendo a principal neste momento ir ate o norte da India, Caxemira, visitar um dervixe iluminado e o suposto tumulo de Jesus, entre outros, depois cruzar pelo Karakoram Pass para a china, passar ao lado do kailash e seguir por estrada antiga ate Laos e paises vizinhos.


outra ideia seria seguir para Mongolia e depois cruzar a transsiberiana.

Os roteiros sao ideias em construcao. Estou pesquisando as possibilidades, que dependem do apoio que consiga. Por isso os escrevo agora.


Sei que o normal seria eu ir atras de apoio e depois ir viajar, mas ca estou, ja na estrada.

Aqui vai um rapido curriculo sobre minhas viagens:

Ha 10 anos fiz minha primeira viagem independente pela africa e desde entao tenho estado mais na estrada que vivendo em um lugar fixo. No final de 2007 publiquei um livro sobre minha segunda experiencia na Africa " Minhas Memorias de Africa, uma viagem pelo caminho interior"(http://photombisinger.blogspot.com/2009/04/caminhos-da-africa.html)

No total foram 2,5 anos por 11 paises do sul e leste da Africa e o resto na america do Sul (Brasil, Peru, Bolivia, Equador e Argentina), com algumas breves passagens pela europa.

Tudo isto porque, com minha primeira viagem pela Africa, minha vida mudou por completo. Nao podia mais me encaixar no sistema de viver em funcao do trabalho sem um sentido em minha vida. E eh justamente isto que me move a seguir viajando e vivendo: uma vida com sentido.

Agora estou na India, entregue e aberto para o que vier.

Objetivos: Envio em anexo um material que estive usando como proposta para palestras que dei em varias cidades do Brasil (universidades, espacos culturais, eventos, livrarias, etc) como ideia dos frutos que esta jornada pode dar.

Em outras palavras, publicacao de livro(s), exposicoes, palestras e/ou outros eventos falando sobre a viagem pelos locais, culturas e pelo universo interior, nesta pratica de uma vida com sentido.

Entao fica aqui o pedido de apoio para esta grande jornada.

Caso nao possam me ajudar diretamente, tambem agradeco sugestoes e contatos para possiveis apoios.

como ja estou na estrada, o apoio deve ser algo um tanto agil que nao tenha que passar por mil processos de selecao ou outras mega burocracias. Algo certeiro onde se identifiquem com o projeto.


Amor e Gratidao
Thomas Bisinger

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

África, uma viagem para o caminho interior




"Para ser grande, sê inteiro; nada teu exagera ou exclui."
Fernando Pessoa



Havendo conseguido uma carona de veleiro do Rio de Janeiro para a África do Sul, após 27 dias em alto mar, aportei na Cidade do Cabo com algum dinheiro no bolso e muita vontade de experienciar o que a vida tinha para me apresentar naquele momento.

Quinze meses e várias das experiências mais profundas de minha vida mais tarde, senti o chamado de voltar para o Brasil.

Com o que trouxe na bagagem (fotos, diários de viagem, lembranças), publiquei um livro independente. Desde então, venho fazendo “palestras”, nas quais faço projeções de fotos e compartilho histórias de viagem e reflexões de vida e valores, frutos dessas e outras andanças.



Ao sair da realidade que eu tinha por absoluta, a cada dia, a cada passo, me deparo com um novo universo, totalmente desconhecido: idéias, valores, culturas e tantos outros fatores que me levaram e continuam me levando a uma busca por uma vida com sentido ou, o sentido da vida. O que estou fazendo aqui?

Quais são os meus valores desde dentro, e como os coloco em prática, no dia-a-dia? O que é a vida? Qual o sentido da vida? Que atitudes tomo, em meu dia-a-dia, que refletem o que sinto e penso?

Esta minha ida à África iniciou um processo em minha vida, no qual comecei a direcionar minhas buscas cada vez mais para dentro, conectando com meu ser interior, em busca de valores a partir da essência. E essa busca interior foi abrindo portas para conexões com pessoas, valores, eventos e outros aspectos que ajudaram e continuam ajudando na conexão comigo mesmo e com o todo.



Compartilhemos idéias, experiências, conhecimento e momentos que possam nos ajudar em nossa caminhada, na busca e prática de uma vida mais harmoniosa com o todo (os que estão à nossa volta, a natureza, o planeta e nós mesmos - enfim, todos os Seres).

A proposta em si é uma semente germinando, e todos os presentes no evento, o solo fértil buscando dar as condições ideais para seu pleno desenvolvimento.

com amor e gratidão
Thomas

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Caminhos da África

PUBLICADO NO SITE DA REVITSA TRIP- 15.04.2009 | Texto por Marília Kodic
http://revistatrip.uol.com.br/exclusivas/caminhos-da-Africa.html
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Com apenas trocados no bolso, Thomas Bisinger retrata suas memórias do Continente Negro


Quando surgiu a oportunidade de ir pra África do Sul num veleiro, com apenas R$600 no bolso, Thomas Paul Bisinger, 30, fotógrafo, não hesitou. Começava então a história de 14 meses que deu origem a seu primeiro livro, Minhas Memórias de África. Uma viagem pelo caminho interior”. Após uma difícil travessia de barco que durou 27 dias, com direito a enjôos e cheiro de mofo marinho na cabine, Thomas chegava ao início do que seria uma das experiências mais enriquecedores de sua vida.

Trabalhando como guia turístico em expedições que saíam da cidade do Cabo, ganhando pouco e gastando menos ainda, conheceu o que diz ser o ambiente mais impressionante de toda a sua vida: Deadvlei, na Namíbia. “A região é tao quente e isolada que não há nenhuma forma de vida que destrua a madeira das árvores mortas. Assim, elas ficam intactas por milhares de anos. A sensação é como se o tempo tivesse parado. Calma. Imobilidade. Morte. Mas não uma morte como costumamos vê-la, negativamente. É uma morte tranqüila, um silêncio profundo”.

Com uma enorme vontade de estar junto ao povo africano, o que o trabalho de guia não supria, foi então a Camphill, onde realizou trabalhos voluntários para uma comunidade antroposófica que cuida de pessoas com necessidades especiais: “Fui lá achando que ia ajudar e não demorou muito pra perceber que foi o contrário: por mais que eu tenha ajudado, sei que recebi muito mais do que dei”. Partiu depois para Botsuana, onde participou de uma ONG e conviveu junto aos bosquímanos. Lá, narra o processo intenso e profundo pelo qual passou, relatando a frustração sentida pelas dificuldades causadas pelas barreiras culturais.

Foi então que se deu, segundo Thomas, um dos momentos mais marcantes da viagem: o acampamento no deserto do Kalahari com os bosquímanos. Numa espécie de workshop, os mais velhos ensinavam aos mais novos sua cultura ancestral de coletores. “O acampamento é uma experiência incrível. É muito bom ver esse povo tão feliz e tão à vontade. Trabalham duro durante o dia, caminhando longas distâncias em diferentes grupos para coletar o máximo de moramas [castanhas da região] possível. () Ao pôr-do-sol a mesma história: todos descascando, separando, assando, cozinhando, cantando, comendo, dançando e dando muitas risadas.”

A miscigenação de culturas, fonte de motivação de Thomas e fio condutor do livro, fica clara no encontro com o povo de Botsuana. “A barreira invisível ainda está lá, mas eles me acolheram, compartilhando sua comida, sua cultura, sua alegria. Durante todo o fim de semana eu me senti como se estivesse num filme. Um filme do qual não faço parte. Mas estou lá, assistindo de dentro da tela”.

Depois de passar um mês em Moçambique, “curtindo cultura, comida e praias deliciosas”, sentiu finalmente o chamado de voltar pra casa. Com a passagem de avião paga pelo dono do barco que o levou, simbolizando o fim de um ciclo, Thomas finalmente encerrava a viagem – “com a certeza de um dia voltar, quando a Mãe África chamar de novo”. E se ele recomenda este tipo de viagem? “SIM!”, exclama. “Chamo isso de universidade da vida. Você vai lá, se joga, e confia! Esse é o segredo. Quando a gente faz isso, tudo flui. A gente tem medo do que não conhece. Mas, quando a gente transcende esse medo e se joga, aí os milagres acontecem”.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Livro: Minhas Memórias de África, uma viagem pelo caminho interior


Capa do livro


Richard voando no deserto Namib - Namibia


Deadvlei, deserto Namib - Namibia


Cabelos e Moramas, Deserto do Kalahari - Botsuana


Dança Sagrada bosquimana, D'kar, Botsuana


O menino e o barco, Vilankulo - Moçambique


Arrastão, Vilankulo - Moçambique

Apresentação: Minhas Memórias da África é um misto de crônica, reportagem, poesia e sentimentos à flor da pele. Um olhar brasileiro sobre o que Thomas viu, viveu e sentiu, em suas andanças pelo sul da África, carregado de perplexidades e paixão - uma espécie de diário de viagem, no qual ele vai contando de seus encontros, desencontros, ódios e amores.

O texto e as fotos nos carregam pela África do Sul, Zimbábue, Namíbia, Botsuana, Lesotho e Moçambique, numa jornada que ultrapassa as estradas comuns e se embrenha no mundo interior de quem observa e escreve. No trabalho, Thomas revela o cotidiano dos viventes do sul da África, o trabalho, a dança, a alegria, a vida mesma, seu passar incessante e inexorável. Também desvela, de forma singular, uma chaga aberta, ferida sangrante, praticamente invisível aos olhos ocidentais.

Minhas Memórias de África é, então, muito mais do que o relato textual e fotográfico de um viajante. É um retrato assombrado de um longínquo lugar, muito amado, um diálogo amoroso entre um homem, um universo distante e um povo que, a despeito de todas as tentativas de destruição impetradas pelos colonizadores, ainda está de pé, resistindo, do seu jeito. Não há no texto nenhum juízo de valor. Só o relato e as perguntas... Muitas perguntas... Mas, como se diz, no bom jornalismo, libertador, mais valem as boas perguntas. Já as respostas, estas cabem ao leitor...

Elaine Tavares

O livro pode ser adquirido em livrarias ou em contato direto com o autor: thomasbisinger@gmail.com